domingo, 19 de julho de 2009

Ilusão de ser


A queda é abrupta, quase me cola os órgãos. De repente, tudo perde a glória, tudo cheira a bafio. Tudo é velho. De repente dou de caras com a velha senhora, companheira de sempre, confidente inseparável. Sei onde está. Sabe onde estou. Coabitamos… apenas dormita um sono leve enquanto aguarda para relembrar que… afinal tudo é fantasia…tudo é delírio…tudo é nada. De repente é preciso mudar… mudar tudo. De repente é preciso preservar… preservar o pouco. De repente o tempo corre, o tempo passa. De repente será tarde para mudar…tarde para viver!
De manhã o sol nasce, se eleva no horizonte iluminando o meu jardim. Seco… árido. De repente imergem vidas das cinzas. Abandonam-se as mortalhas. Sacodem-se poeiras, limpam-se as lágrimas mudas. E tudo volta ao inicio, ao nada, à ilusão de ser.

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