Desta vez corri o mini-trail de Almourol. Porque corro? Corro para não estar parado. Para não morrer de tédio! Corro porque sou um corredor e os corredores foram feitos para correr! Mas desta vez as pernas não foram na cantiga e simplesmente não quiseram correr. Arrastaram-se dessincronizadas. Órfãs de comando. O divórcio foi total!
Desta vez a cabeça saltitou vadia por outras serras. Nem os cús das gajas pareciam ser capazes de me animar! Pareciam-me deformados. Descaídos! Transfigurados pela minha mente enviesada. Um olhar inquinado!
Desta vez também nada de competição com o sexo oposto, que a minha amiga Vera, avalisada psicóloga clínica, disse-me, a propósito do texto “Enfim gajas”, que eu meti competição onde devia ter metido amor. Fiquei fodido. Com ela, claro!
Os vinte e cinco quilómetros da corrida de Almourol foram a prova do poder da mente humana. Só pensava em merdas! E como só pensava em merda, de tanto pensar meteu-se-me na cabeça que tinha de me livrar dela.
Devia, por conseguinte, cagar!
Convenci-me que só cagando teria aquela performance felina e elegante que me distingue como corredor! Aquilo era uma ordem e eu cumpro sempre uma ordem! Nos dez quilómetros seguintes a minha cabeça só parecia capaz de pensar em merda. Uma obsessão. Dez quilómetros iguais a tantos outros em que pensei nas PPP´s, nas EDP´s, nas Galp´s, nas Scut´s, no Sócrates e noutros finórios do género. Merda. Apenas merda! Do simbólico ao concreto.
Desta vez a cabeça saltitou vadia por outras serras. Nem os cús das gajas pareciam ser capazes de me animar! Pareciam-me deformados. Descaídos! Transfigurados pela minha mente enviesada. Um olhar inquinado!
Desta vez também nada de competição com o sexo oposto, que a minha amiga Vera, avalisada psicóloga clínica, disse-me, a propósito do texto “Enfim gajas”, que eu meti competição onde devia ter metido amor. Fiquei fodido. Com ela, claro!
Os vinte e cinco quilómetros da corrida de Almourol foram a prova do poder da mente humana. Só pensava em merdas! E como só pensava em merda, de tanto pensar meteu-se-me na cabeça que tinha de me livrar dela.
Devia, por conseguinte, cagar!
Convenci-me que só cagando teria aquela performance felina e elegante que me distingue como corredor! Aquilo era uma ordem e eu cumpro sempre uma ordem! Nos dez quilómetros seguintes a minha cabeça só parecia capaz de pensar em merda. Uma obsessão. Dez quilómetros iguais a tantos outros em que pensei nas PPP´s, nas EDP´s, nas Galp´s, nas Scut´s, no Sócrates e noutros finórios do género. Merda. Apenas merda! Do simbólico ao concreto.
Um homem sonha, a obra nasce.
A determinada altura tive que me lançar repentinamente para um canavial! Que mal tem? Outros cagam e mijam em lugares mais bizarros! E enquanto lá estava agachado ouvi passar dezenas de gajos. Lindo!
Nos restantes quilómetros, convencido que estava finalmente limpo, corri desalmadamente como um rapaz novo, até que me lembrei outra vez das pernas. Parei instantaneamente! Estanquei, com se alguém me tivesse desligado abruptamente da corrente. Pensei ainda em mais merdas. Merdas e mais merdas. Há dias assim. Há dias em que simplesmente um homem tem que fazer um esforço sobre-humano para rolar…
Finalmente, a maldita meta, enrolada em curvas e contracurvas sem fim como se estivesse escondida num novelo! A puta. Pouco depois mais uma desilusão. Encontrei uma gaja conhecida a poucos metros da meta e, enquanto a cumprimentava, fui ultrapassado por dois gajos. Fiquei em 102º lugar! Um dia para esquecer!
Depois de correr vinte e cinco quilómetros a pensar em merda, deprimi!
A organização deveria ter o bom senso de, em vez de marmelada, biscoitos, bananas e outras banalidades, ter colocado à minha disposição uma embalagem de Prozac ! Más organizações, é o que são!
Desesperado decidi embebedar-me! Outra desilusão. Não havia cerveja à borla como na prova anterior! Maldita crise que impede até um homem de se embebedar num dia para esquecer!
Já resignado, encontrei o meu amigo Álvaro Calado, psicólogo clínico. Por momentos pensei que a organização se lembrara de me arranjar um profissional de saúde, especialista em depressões pós corrida. Mas não, o meu velho companheiro vinha por conta propria! Apaziguei-me. E juntos comemoramos mais um reencontro! E um bom reencontro é tudo!
A determinada altura tive que me lançar repentinamente para um canavial! Que mal tem? Outros cagam e mijam em lugares mais bizarros! E enquanto lá estava agachado ouvi passar dezenas de gajos. Lindo!
Nos restantes quilómetros, convencido que estava finalmente limpo, corri desalmadamente como um rapaz novo, até que me lembrei outra vez das pernas. Parei instantaneamente! Estanquei, com se alguém me tivesse desligado abruptamente da corrente. Pensei ainda em mais merdas. Merdas e mais merdas. Há dias assim. Há dias em que simplesmente um homem tem que fazer um esforço sobre-humano para rolar…
Finalmente, a maldita meta, enrolada em curvas e contracurvas sem fim como se estivesse escondida num novelo! A puta. Pouco depois mais uma desilusão. Encontrei uma gaja conhecida a poucos metros da meta e, enquanto a cumprimentava, fui ultrapassado por dois gajos. Fiquei em 102º lugar! Um dia para esquecer!
Depois de correr vinte e cinco quilómetros a pensar em merda, deprimi!
A organização deveria ter o bom senso de, em vez de marmelada, biscoitos, bananas e outras banalidades, ter colocado à minha disposição uma embalagem de Prozac ! Más organizações, é o que são!
Desesperado decidi embebedar-me! Outra desilusão. Não havia cerveja à borla como na prova anterior! Maldita crise que impede até um homem de se embebedar num dia para esquecer!
Já resignado, encontrei o meu amigo Álvaro Calado, psicólogo clínico. Por momentos pensei que a organização se lembrara de me arranjar um profissional de saúde, especialista em depressões pós corrida. Mas não, o meu velho companheiro vinha por conta propria! Apaziguei-me. E juntos comemoramos mais um reencontro! E um bom reencontro é tudo!
Aviso: Este texto é pura ficção, podendo no entanto estar aqui e acolá enriquecido por factos reais!
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